Pular para o conteúdo principal

Destaques

Chernobyl: Resumo e fotos do desastre nuclear soviético.

Chernobyl foi definitivamente um dos maiores desastres nucleares da história da humanidade. Não só pelo simples fato de causar problemas sérios à população local devido a sua radiação, mas também por ter causado sequelas econômicas e governamentais à boa parte da Europa. O problema desse tipo de incidente é que estamos lidando com inimigos invisíveis. A radiação por ionização e fragmentação celular, por exemplo, implicam em problemas na mutação genética durante a gestação de fetos, que nascem com graves problemas de formação. A alta energia cinética faz com que as células transformadas em íons retirem os elétrons, causando enfraquecimento na ligação celular, consequentemente causando mutação genética. Já deves ter visto aquelas fotos de animais com mais pernas, ser humano sem olho, com deformações na pele, etc. Pode também provocar, quando falamos pelo calor emitido, em queimaduras pequenas ou grandes na pele, por exposição. O próprio câncer e deficiência na medula está incluído n

Psicopatia - Você conhece a pessoa ao seu lado?

Você conhece a pessoa ao seu lado?

Norman Bates do filme "Psicose" (1960)

Bem vindo ao nosso Mundo Psicótico. O assunto deste post se trata de algo que convivemos diariamente, apesar de não sabermos exatamente como, que é a psicopatia. É muito abrangente relacionar o estado psicológico com a maneira que os outros interpretam isso, pois muitas vezes é confundido. Muitas vezes, uma má interpretação desse estado leva a pessoa em uma emboscada sentimental, financeira, e em casos à parte, a própria morte. O fato está aí: com quem você convive todos os dias? Você conhece as pessoas que estão ao seu redor? É disso que você vai discutir consigo mesmo ao ler esse artigo.


   Quando um leitor pensa em uma pessoa com sintomas psicopáticos, ou sociopáticos, normalmente lhe vem a cabeça alguém com uma aparência de mal, descuidada, com um jeito de assassino e com desvios de comportamento óbvios. E esse leitor pode ter uma certeza: isso é um grande equívoco. Em suma, o psicopata pode sim possuir desvios de comportamentos óbvios, mas estaremos lidando nesse artigo com o mal mais presente no dia-a-dia: os predadores sociais.






O perfil de um predador social:


    São pessoas aparentemente comuns que convivem conosco todos os dias, com comportamentos que no meio da sociedade seria incógnita, possuindo uma aparência muitas vezes comum às outras ou até atraente, e com instinto manipulador nas conversas. Possuem uma extrema ambição e não necessariamente são doentes mentais. Possuem consciência do que fazem, do que falam e pensam. Porém, esses mesmos indivíduos possuem uma trama maligna no subconsciente. Eles não possuem empatia e nem ética, pois isso não faz sentido para eles, visto que seu lado egocêntrico e ambicioso não os permite. Muitas vezes são pessoas insensíveis, frias, são transgressoras de regras básicas, mentirosas, e não possuem culpa do que fazem. Muito pelo contrário, vanglorizam-se dos "erros", ou crimes que cometem, que para tais seria apenas mais um trabalho bem feito. 


    Quando me refiro à consciência em si, vale ressaltar a diferença de ter e ser. Quando alguém possui consciência de algo, significa que ela enxerga, pensa, faz o cérebro funcionar corretamente. Quando alguém é consciente, significa que sabe sentir o que ocorre, como por exemplo um apreço de carinho. Quando você vê uma pessoa chorando após a morte de um ente querido, entende a situação por ser consciente de ser doloroso, e inclusive se coloca no lugar da pessoa por possuir compaixão. É agora que entra o ponto chave: o psicopata é isento disso.


    Um psicopata pensa de uma forma objetiva, e não subjetiva, que é o esperado de uma pessoa sem sentimentos. A subjetividade necessita de uma interpretação sentimental sobre algo, largando o mecanicismo (nenhum ser humano é dotado apenas de QI, pois ele não é uma máquina) e levando as coisas para o lado mais "porquê?", por dotarmos de um altruísmo. A subjetividade nasce a partir da irracionalidade momentânea, quando por exemplo alguém faz questão de salvar uma pessoa de um afogamento. Ela não tinha a necessidade de se prestar a um serviço que não fosse para seu bem, e ainda por cima perigoso para si. E nem mesmo há uma necessidade de prestar auxílio para uma velhinha atravessar a rua. A psicopatia apenas age com altruísmo quando se trata de causar uma aparência, que com certeza, será benéfica para bem próprio. 

   Por causa dessa falta de consenso definitivo, vários pesquisadores têm discutido o porquê de nascer esse dote maligno em alguém. Muito acredita-se ser um fator contextual, e não biológico, pelo simples fato de não acreditar-se que esse fator seja uma doença. A psicopatia segundo muitos psiquiatras de grande influência, pesquisadores e psicólogos criminais, é um estado de ser, como alguém que é viciado em alguma droga. O psicopata é viciado nas suas ambições, e de fato, não possui fatores empáticos. Para entender melhor a empatia, temos que entender bem o sinal visual que o cérebro interpreta:





    O nosso sinal visual vai primeiro da retina para o tálamo, onde é traduzido para a linguagem do cérebro. Boa parte dessa mensagem segue para o córtex visual (parte de trás do cérebro da figura), onde é analisada e avaliada em busca do significado e da resposta adequada; se a resposta é emocional, um sinal vai para a amígdala ativar os centros emocionais. Mas boa parte do sinal original vai do tálamo para a amígdala, que responde com as emoções, numa transmissão mais rápida, permitindo uma resposta mais pronta. Dessa forma, a amígdala pode disparar uma resposta emocional antes que os centros corticais tenham entendido plenamente o que se passa.

    O único problema aí é que as informações dadas ao indivíduo estudado no assunto, na verdade não são processadas corretamente na amígdala, que é responsável pelas emoções. Ela normalmente vai apenas para o cortex visual, que age unicamente até em situações extremas, como a morte de uma pessoa próxima. Não há lágrimas que escorram nos olhos de um psicopata, inclusive se foi ele o autor do crime. Então daí envolve-se discussões profundas tentando entender essa suposta "doença", que pode também afetar sim o físico do indivíduo. 


Predadores sociais


    Laura, aos 23 anos, conheceu Ricardo, um jovem atraente e administrador de empresas. Ele se mostrou um grande amigo e aparentava ter os mesmos gostos que Laura. Ricardo conversava sobre qualquer coisa e detalhava bem as suas aventuras e histórias envolventes. Entre suas histórias, estava seus problemas com o pai tirano e a mãe histérica. Detalhou sobre sua saúde frágil, que ao mencionar que o seu médico afirmou não possuir muito tempo de vida na infância, deixou seu teatro se encaçapar nos sentimentos de Laura. Ele era um artista: contava com lágrimas de gelo nos olhos.

    Aos poucos, ela foi se envolvendo nas histórias do seu rapaz e passou a ter uma atração por ele. Ele era um amor de pessoa, e com isso, sua paixão floresceu, fazendo com que morassem juntos. Ricardo aparentemente tinha uma carreira numa empresa multinacional, porém não quis que Laura exercesse sua profissão. Ela deveria ficar bem vestida, esperando-o para o jantar e com a casa impecável. "No início, tentei argumentar que a veterinária era meu grande sonho, porém o aceitei por ser meu grande amor".

    Certo dia, Laura encontrou um cãozinho abandonado e muito doente no meio da rua. Ela se sensibilizou e levou-o para casa. Ricardo ao chegar em casa, teve um ataque de fúria e quis devolvê-lo para o mesmo lugar. Ela conseguiu persuadí-lo e cuidou do cão como se fosse um filho. Com dois meses de tratamento e carinho, o cachorro já esbanjava saúde e vitalidade. "Que bom que ele está curado, agora podemos deixá-lo na rua", disse Ricardo. "Mas como? Eu tenho o maior amor por ele! Não posso abandoná-lo, isso é desumano!" Ricardo não pensou duas vezes e deu vários pontapés no animal, colocou-o no carro e desapareceu com ele.

   O relacionamento dos dois sempre foi muito instável. Ora ele era extremamente delicado, romântico, mostrando-se orgulhoso em apresentar sua bela companheira para os outros, ora era muito agressivo e temperamental, trantando-a com berros e com ameaças físicas. Mas, segundo Laura, invariavelmente pedia desculpas e a enchia de carinhos. "Puxa vida, não sei o que me deu", "Acho que estou muito estressado com as responsabilidades do trabalho", "Isso nunca mais vai acontecer".

  E Laura prosseguiu: "Ricardo era extremamente ciumento e dizia que era amor. Ficava furioso quando qualquer homem me olhava mais diretamente. Uma vez discutiu seriamente com um rapaz porque cismou que ele estava me paquerando. É lógico que sobrou para mim também. Depois disso, fiquei me perguntando se a culpa realmente não tinha sido minha. Ele me deixava completamente confusa".

    Quanto ao casamento, ele alegava que não estava preparado e tinha uma vida pela frente. Cada vez que ela tocava nesse tipo de compromisso, ele fugia do assunto. "Mesmo amando Ricardo, há alguns anos pensei em fazer as malas e ir embora. Tivemos conversas sérias e ele respondeu que a vida dele estava em minhas mãos. Como não viveria muito tempo, iria se matar. Tremi depois desse comentário." Quando isso foi mencionado, questionei qual era a doença que ele sofria. "Eu nunca soube exatamente o que era. Ele não gostava de falar sobre isso. No início do nosso namoro, tentei conversar com a mãe dele sobre seu passado, mas parece que ela não entendeu bem o que eu queria dizer. Achei melhor não mexer muito nesse assunto delicado, e além disso, Ricardo parecia bem fisicamente. Porém eu me lembro de ela ter me dito que o Ricardo não era o homem que eu merecia. Antes mesmo de eu dizer algo, ela mudou de assunto."

   O tempo passou e Ricardo não precisou mais de Laura: trocou-a por uma mulher mais jovem e bonita. Ele simplesmente disse a Laura: "Precisamos nos separar. Você é ciumenta e estou me sentindo enjaulado". Após esse fato, Laura sofreu muito com essa perda e se questionou se estava realmente errada e era ciumenta. Porém de um tempo para cá, ela descobriu que ele teve várias amantes e suas histórias eram mentiras. Nunca houve doença. Laura foi peça de seu jogo narcisista e egocêntrico.

(Ana Beatriz Barbosa Silva, MENTES PERIGOSAS, O PSICOPATA MORA AO LADO, pgs 59-62).

 
Hannibal, do filme "O silêncio dos inocentes" 1992.

Esse é só um dos milhares de casos que acontecem no país. Não cito os assassinos, pois os deixo para próximos posts em categorias específicas para psicopatas/serial killers. O ponto chave desse artigo foi mostrar um pouco do que uma pessoa psicopata é capaz de arruinar na vida de um inocente, e como eles são capazes de o fazer.



Você conhece a pessoa que está ao seu lado? 

Ou o seu chefe? Seu candidato a política? Seu líder religioso?



Bibliografia: Livro Mentes Perigosas, de autoria de Ana Beatriz Barbosa Silva
                      Livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman (phD)
 


Comentários

Postagens mais visitadas